
O design me encontrou
09 maio 2021
Para a estréia do blog, resolvi contar um pouco sobre a minha imersão no incrível universo do design. Buscarei sintetizar neste artigo quando, como e porque “escolhi” o design gráfico como carreira, bem como toda a introspecção a que me submeti para entender, de fato, o que realmente me fez adentrar num mundo que até então não conhecia. Acredito que a experiência que tive ao longo dos anos pode inspirar e talvez quem sabe até motivar alguém que esteja adentrando nesta ou em qualquer outra área criativa.
Primeiro contato
Aos 16 anos me deparei com uma necessidade urgente: trabalhar para ajudar financeiramente os meus pais. Com o auxílio de uma prima que trabalhava numa gráfica renomada da cidade, iniciei minha jornada como aprendiz. Foi lá que entendi que as “artes” que eu produzia amadoramente eram na verdade, design gráfico.
Claro que, como todo começo, aquilo foi extremamente desafiador. Era com a cara e a coragem que eu tinha me metido naquele mundo. Nem conhecimento de ferramentas gráficas eu possuía, tampouco embasamento teórico. Por vários meses minhas criações eram baseadas em “isso é bonito” e “isso é feio”, mas sem saber o porquê. Nem mesmo meus colegas de trabalho possuíam formação nesta área e a única direção que recebia deles era relacionada ao uso dos softwares; mesmo assim de forma limitada. Estávamos, por assim dizer, aprendendo juntos; sendo eu a mais nova da equipe e menos experiente.
Vontade de jogar tudo pra cima e desistir
Os primeiros dias e meses foram realmente desafiadores. Pensei em abrir mão desse emprego. Cheguei a duvidar de mim mesma e achar que aquilo não era pra mim. Obviamente que não poderia me dar o luxo de desistir. Precisava mesmo ganhar algum dinheiro e naquele momento a questão financeira era minha única motivação para continuar.
Me lembro de certa ocasião em que na gráfica, mesmo ainda tendo pouquíssima habilidade e zero segurança no que eu estava fazendo, direcionaram um cliente para mim. Durante o atendimento, eu literalmente tremia de nervosa. A reação do cliente foi me dizer: “Calma moça, vai dar tudo certo no final”. (Hoje eu rio disso, mas só eu sei a aflição que senti.)
Os frutos da não desistência
Como tudo na vida, com a persistência e o passar do tempo vieram os primeiros resultados positivos. Fui aprendendo, testando, errando e acertando. Em alguns meses os meus trabalhos já se destacavam. Os clientes da gráfica já queriam que eu particularmente os atendessem.
Olhando para trás, me orgulho, mas sei reconhecer que há um grande caminho ainda pela frente. A vida é um eterno aprendizado.
Nesta trajetória, muitos profissionais foram de grande inspiração para mim. Eu amava (ainda amo) observar os trabalhos e as criações deles. Funcionava para mim como um alvo bem definido, pois eu queria atingir o mesmo nível e até quem sabe, alçar um superior.
Depois vou falar sobre eles num futuro texto. Fiquem atentos pois eles podem se tornar para vocês, que gostam de design, boas referências.
É preciso estudar muito
Mas eu não queria ser uma imitação. Entendi que deveria ter meu próprio estilo e que esse, por sua vez, ficasse nítido nas minhas criações. Com o inteiro mundo do design na minha frente pronto para ser explorado e o caminho do profissionalismo a ser percorrido, usei uma das facetas de minha personalidade – a curiosidade. Assim comecei a ler artigos, livros, participar de palestras e workshops destinados à criativos.
Aquilo que no início eu achava que não era pra mim se tornou algo que me deixava maravilhada. A cada ideia em um novo projeto gráfico eu ia em busca de como executá-la. Isso me fez chegar até aqui, mas sempre em busca de evolução.
A verdadeira descoberta
Para mim, o design é algo fantástico, fascinante e instigante. E como é multidisciplinar, te possibilita estudar um pouco sobre tudo.
Nada foge ao design, nada. Basta olhar minuciosamente para a natureza ou mesmo prestar atenção aos detalhes do corpo humano. Não se pode negar que há por trás de tudo isso um projetista inteligente. Essa multidisciplinaridade do design e o impacto que ele tem na vida das pessoas, realmente me encantam. Eu depois de “começar a entender” sua complexidade, comecei a buscá-lo e procurá-lo com mais intensidade, mas hoje me dou conta de que foi o design que me encontrou.